Lucas Sena

Lucas Sena

Doutorando em Antropologia Social/UFSCar; Mestre em Direito e Ciências Sociais/UFF; Graduado em Direito.

No instagram: @proflucassena

Como fazer uma Introdução?

Fala, meu povo, como estamos?

Pois então, digamos que você já escolheu e delimitou um tema de pesquisa, pensou num título e agora falta “só” colocar tudo isso no papel na forma de um projeto ou artigo, começando por ela, a boa e velha introdução.

Bem, todo mundo já deve ter sentido aquele frio na barriga de ter uma ideia, mas não conseguir começar o bendito do parágrafo inicial, né? De qualquer forma, é pra te ensinar a fazer uma introdução objetiva e instigante que tô aqui hoje.

Antes de qualquer coisa, importante entender uma coisa: introdução não é resumo.

Introdução é o lugar da contextualização, é o lugar onde você começa a inserir o seu leitor no seu tema, colocar ele ou ela ali dentro daquele assunto, daquele ethos, para, no final, levá-lo em direção ao nosso querido problema de pesquisa.

Na prática, isso acontece a partir da descrição do que chamo de “diferenciação expectativa-realidade”.

Explico: um projeto ou artigo interessante precisa falar sobre algo que deveria ser de uma maneira (expectativa), mas é de outra (realidade). Não existe projeto ou artigo que apenas descreva o mundo já esperado ou conhecido.

Resumindo, algo de inesperado acontece, você se pergunta por que isso aconteceu e daí vai pesquisar para tentar conseguir a resposta, saca?

Neste sentido, a introdução é justamente o lugar onde você monta o cenário desse inesperado, desse fato social/teórico que foge das expectativas.

Vou te dar um exemplo prático: no mestrado, como já falei aqui várias vezes, trabalhei o conceito participação popular no licenciamento ambiental.

Minha expectativa era o artigo da Constituição Federal (e demais normas ambientais) que falavam algo na linha do “a participação popular deve ser igualitária entre os cidadãos, empresas, órgãos estatais, etc, etc.”

Minha realidade, por outro lado, era uma audiência que eu fui onde a participação não tinha sido igualitária.

Expectativa: participação igualitária;

Realidade: caso concreto onde ela não aconteceu;

Problema de Pesquisa: Por que ela não aconteceu? Será que a Lei não é efetiva?

Daí, colocando isso pro papel, eu iniciei com algo na linha do “Segundo a Constituição Federal, no artigo xyz, a participação popular deve ser (…)” – e continuei escrevendo com as outras normas sobre o tema, ou seja, delineando a “expectativa”.

Após esse primeiro bloco (que levou coisa de duas páginas), eu comecei com a realidade:

Entretanto, a transposição desse conceito jurídico pra realidade não é tão simples quanto uma simples leitura do dispositivo legal leva a crer. Neste sentido, no dia tal, aconteceu uma audiência pública (…)” – e continuei a descrever esse caso paradigmático, delineando o cenário fático da pesquisa.

A magia desse método simplificado de construção é que você consegue fazer com que seu leitor já imagine seu problema de pesquisa antes mesmo de você descrevê-lo! No meu caso, o leitor, ao ler essa introdução, já vai pensar “pô, realmente precisamos ver se a participação acontece de verdade, ou não”, e por aí vai.

Com isso, na hora que você falar o problema de pesquisa, ao invés do leitor ter meio de tentar entender, ele já vai quase que falar junto contigo!

Percebe como ele, a partir de uma simples diferenciação e colocando tudo no seu devido lugar, já tá dentro da sua pesquisa?

É assim, percebendo e relacionando expectativa com realidade, que você faz uma introdução instigante pro seu projeto, artigo, resumo, e por aí vai!

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